Para quem não ia se envolver nas eleições municipais deste ano, mais uma vez o PT surpreende e demonstra total falta de escrúpulo. Desta vez foi a presidenta Dilma Rousseff que entrou em pânico e correu atrás do PMDB, enquanto na Paraíba, o descartou. Tudo funciona, infelizmente conforme suas conveniências. O PT tem se mostrado cada vez mais oportunista em nível nacional, estadual e municipal.
Confira abaixo texto do blog do Josias, do site nacional UOL
Dilma Rousseff farejou na movimentação de Aécio Neves em Belo Horizonte uma tentativa de injetar 2014 na disputa municipal de 2012. Decidiu intervir. Pediu "socorro" ao vice-presidente Michel Temer.
Em menos de 48 horas, o PMDB de Temer, que realizava um voo solo na capital mineira, se compôs com o PT. E Dilma imagina ter acomodado uma pedra no caminho do tucano Aécio, seu mais provável rival na sucessão presidencial.
Temer foi chamado por Dilma na segunda-feira (2). Ao chegar, deparou-se na ante-sala com dois petistas: o ministro mineiro Fernando Pimentel e o presidente do PT Rui Falcão. A presidente recebeu o vice a sós. Introduziu o assunto.
O PT de Pimentel e o PSDB de Aécio caminhavam para reeditar em Belo Horizonte a parceria que resultara, em 2008, na eleição do prefeito Márcio Lacerda, do PSB. O PT já havia inclusive indicado o vice de Lacerda.
No final de semana, Aécio pressionou Lacerda para não estender o acerto mineiro à chapa de vereadores do PT. Foi atendido. E o petismo decidiu romper a aliança. Lançou um candidato próprio: o ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias.
Na versão vendida pelo PT e comprada por Dilma o encrespamento de Aécio com os candidatos a vereador do PT era mero pretexto. Em verdade, o presidenciável tucano queria mesmo era excluir o PT da vice de Lacerda.
Por quê? Reelegendo Lacerda para a prefeitura, Aécio pretenderia fazer dele seu candidato ao governo de Minas em 2014. E não quer entregar a poltrona de prefeito a um vice do PT. Dilma enxergou nexo na suspeita. Por isso interveio.
Temer passou a tricotar com o ministro Pimentel, amigo de dilma dos tempos de militância anti-ditadura. O PT precisava prover tempo de tevê a Patrus Ananias. E Temer agiu para fornecer a vitrine do PMDB.
O vice acionou sua infantaria na Câmara. O deputado federal Leonardo Quintão, que já havia selado um acordo com o PDT para disputar a prefeitura de Belo Horizonte, foi convencido a retirar-se da raia.
Não foi uma decisão simples. Quintão revelara-se um nome competitivo. Na disputa de 2008, passara ao segundo turno. Ainda assim, aquiesceu. Já na terça-feira (3), o PMDB aderiu à caravana do petê Patrus, indicando para vice o ex-deputado federal Aloisio Vasconcelos, ligado a Quintão.
Aécio trocou telefonemas com dirigentes do PMDB. Tentou convencê-los a manter Quintão no páreo. Não obteve êxito. Dilma e o PT suspeitavam que Aécio operasse em Belo Horizonte em dobradinha com Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB de Márcio Lacerda. Porém...
Eduardo apressou-se em informar que o arranjo de Minas não trazia as suas digitais. Ao contrário. Achava que Lacerda errara ao excluir do acordo os vereadores do PT. Dilma e o petismo só deram crédito ao mandachuva do PSB até certo ponto. O ponto de interrogação.
Antes visto como aliado incondicional, Eduardo passou a inspirar dúvidas ao romper com o PT em Recife. O PMDB saboreia a bola dividida de Minas. Num cenário em que se movem dois potenciais rivais de Dilma-2014, a legenda estendeu a mão à presidente.
O grupo de Temer, que andava queixoso das desatenções de Dilma, considera-se agora um credor. Espera que a prova de lealdade resulte num tratamento mais lhano e em recompensas futuras. A conta será apresentada depois que forem abertas as urnas de outubro.
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