O Ministério Público da Paraíba deflagrará uma operação para rastrear a compra de casas, carros e embarcações de luxo por gestores públicos municipais do Estado. Segundo o Procurador-Geral de Justiça, Oswaldo Trigueiro do Vale Filho, essas transações remetem a forte indícios de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
No próximo mês, o Ministério encaminhará à Justiça denúncia criminal contra cerca de 35 pessoas envolvidas na Operação Pão e Circo. Nela, três prefeitos chegaram a ser presos acusados de contratar bandas e artistas com cachês superfaturados.
Para o Procurador-Geral de Justiça, a compra de embarcações, casas e locações de carros de luxo na Paraíba apresentam indícios de lavagem de dinheiro. Por causa disso, o Estado sediará no mês de novembro um evento com ministros, secretários nacionais e autoridades de todo o país, para tratar sobre o tema.
"O Ministério Público vai rastrear embarcações, casas, alugueis de carros, todas as formas de desvios de dinheiro, por isso o interesse dos ministros em vir à Paraíba. Por solicitação nossa, vamos ter o maior evento anual de estratégia de combate a lavagem de dinheiro na Paraíba" revelou.
Sobre a Operação Pão e Circo, que teve como objetivo desarticular um esquema criminoso destinado a fraudar licitações e desviar recursos públicos federais, estaduais e municipais, Oswaldo Trigueiro disse que vai denunciar criminalmente os envolvidos.
"A conclusão da CGU [Controladoria Geral da União] está chegando e, em cima disso, vamos promover as denúncias criminais e os atos de improbidade administrativa, contra cerca de 35 pessoas envolvidas, incluindo prefeitos", disse.
O Procurador-Geral também revelou que pretende desenvolver outras ações e operações ao longo dos próximos meses. "Estamos em planejamento para desenvolver outras ações e em outros focos. Primeiro, eles foram para concurso, depois bandas, construção, serviços. É um pessoal que sempre fica ligado na forma de burlar a lei", afirmou.
A Operação 'Pão e Circo' prendeu os gestores de Solânea, Francisco de Assis Melo (Doutor Chiquinho), de Alhandra, Renato Mendes Leite, e de Sapé, João Clemente Neto (João da Utilar) por envolvimento em fraude nas licitações destinadas a eventos, no dia 28 de junho deste ano.
Portal Correio
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