Momentos de sofrimento - O próprio Nilson relatou o dia em que soube que iniciaria sua batalha pela vida. À época, contou que estava em Olinda, em meio ao carnaval que tradicionalmente acompanhava, quando começou a se sentir mal. Imaginou que seria algo que teria comido, um “acarajé”, como suspeitava. Decidiu voltar a João Pessoa no mesmo dia, mesmo já com febre muito alta.Logo que chegou à Capital pessoense, procurou um médico, que imediatamente mandou interná-lo na UTI. Os exames feitos constavam o pior: um rim estava morto e o outro funcionava apenas 5%.
Desde que descobriu sua grave enfermidade, Nilson se submeteu a tratamentos diários de hemodiálise. Mesmo na fila do transplante, acreditava ser difícil conseguir um doador a tempo. Mesmo assim, não escondia seu sorriso por estar vivo.
“Eu tive uma vida de muitas alegrias. Me sinto um homem realizado. Não tenho nada o que reclamar. Se um dia partir, me sentirei feliz com minha caminhada”, declarou Nilson, há meses atrás.
“Uma alma muito boa” - Seu filho Caio, deu testemunho sobre sua experiência com seu pai: “Ele era pra mim o que era pra todo mundo. Era um cara cabeça dura, muito ‘reclamão’, mas sempre revoltado com as coisas erradas. Tinha um grande senso de justiça. Ajudava a qualquer um, mesmo sem conhecer. Na minha infância, muitas vezes deixou de comer para eu puder levar um lanche pro colégio. Ele sacrificava tudo pela família. Ele era uma alma muito boa”.
Histórico - Nascido na capital Amazonense, Manaus, em 29 de junho de 1960, Sótero há 22 anos havia adotado João Pessoa como seu novo e último lar. Desde que aqui chegou, abraçou o radialismo paraibano como seu espaço profisional, o que o colocou no hall dos mais respeitados da Capital. De posicionamento duro em suas análises, Nilson conseguiu elevar a audiência da rádio comunitária 104.9 FM, com sede em Cruz das Armas. Nos últimos anos, era âncora do programa Rádio Debate, um dos mais ouvidos da programação da emissora.
A paixão de Nilson pela comunicação não se resumiu apenas às ondas de rádio. Na esfera política, Sótero conseguiu conquistar a confiança de algumas personalidades, sendo assessor de alguns deles, como o deputado federal Efraim Filho, o prefeito de Sapé, João da Utilar, o deputado estadual Anísio Maia, o vereador do Conde Leo Carneiro, o ex-vereador e pré-candidato a prefeito de Cabedelo, Luceninha, e o vereador de João Pessoa, Mangueira, a quem desfrutava de uma amizade quase que fraternal.
Últimas homenagens - O corpo de Nilson Sótero está sendo velado na Rosa de Saron, localizado na Avenida Vasco da Gama, no bairro de Jaguaribe. O sepultamento do comunicador será enterrado às 15h, no Cemitério Senhor da Boa Sentença.
Nilson Sótero (esq.) ao lado de sua família
Luis alberto Guedes - MaisPB
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