Depois de oito meses de investigação, a Polícia Civil da paraíba concluiu o inquérito que apurou um incêndio no interior da Prefeitura de São Bentinho, no Sertão do Estado, e remeteu o procedimento à Justiça. No inquérito foram indiciados dois filhos do atual prefeito do município, Francisco Andrade Carreiro, além da secretária de Administração municipal, Francinete Andrade Carreiro Pereira. Os três são acusados de provocar o surgimento do fogo, que atingiu um computador e documentos que estavam sendo guardados na sala da secretaria de Administração.
Kleiton de Almeida Carreiro, Kennyd de Almeida Carreiro e a secretária foram indiciados pelos crimes de dano ao patrimônio e extravio de documentos públicos, previstos nos artigos 163 e 314 do Código Penal, respectivamente. No relatório final do inquérito, enviado à Justiça, a polícia se baseou em laudos da concessionária de energia, que afirmaram não ter havido “nenhuma anormalidade” na rede elétrica exterior do imóvel que fosse capaz de provocar as chamas.
Um levantamento realizado pelo Instituto de Perícia Científica (IPC), após o incêndio, também constatou que nenhuma das portas da sala tinha sido violada e não haveria nenhum sinal de curto-circuito nas instalações da prefeitura muinicipal.
Nos depoimentos, testemunhas relataram que os três acusados tinham sido vistos na prefeitura, na noite anterior ao fato.
O incêndio, de acordo com a polícia, aconteceu no dia 25 de julho do ano passado, um dia antes do prazo dado pelo Tibunal de Contas do Estado (TCE) para a apresentação de documentos referentes a licitações e contratos realizados pelo poder público municipal.
Para a polícia, as chamas podem ter sido provocadas intencionalmente, com o objetivo de supostamente queimar arquivos que pudessem comprometer os gestores municipais.
“A única sala que pegou fogo foi a que sediava a Secretaria de Administração, exatamente onde eram armazenados os documentos que estavam sendo solicitados pelo Tibunal de Contas do Estado da Paraíba. Os laudos periciais não apontaram nenhuma anormalidade como forma de justificar o incêndio, razão pela qual não restam dúvidas de que o incêndio fora criminoso e teve como escopo burlar a prestação de contas da prefeitura de São Bentinho perante o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba”, relatou o delegado Glauber Antônio Fontes, responsável pelo inquérito. O relatório possui 12 páginas.
Jornal da Paraíba
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